Descobrir a riqueza existente na alma de cada um e configurar a arte como eixo principal para a felicidade. Este é o meu propósito. Perceber e fazer arte em cima daquilo que foi descartado, creio ser uma das mais significativas expressoes de criatividade. Como matemática eu não conseguiria desenvolver este trabalho sem a amizade de uma artista verdadeira: a Mariana Martinelli. Quero publicar os trabalhos lindos da Mariana, de meus alunos e os meus trabalhos.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Trigésimo Segundo Quadro de Quarenta - CHICA PELEGA NOS BRAÇOS DA MÃE
Nome do quadro:
CHICA PELEGA NOS BRAÇOS DA MÃE
Na história da Guerra do Contestado Chica Pelega representou coragem como uma águia, valentia como um São Bernardo, bravura e solidariedade. Ela cuidava de velhos, crianças, doentes e amava os animais. Sua morte aconteceu quando uma igreja foi incendiada. Havia muitas pessoas lá dentro. Chica morreu lá fora, lutando bravamente. Depois das granadas, quando tudo silenciou, ouviu-se uma voz cantando cantigas de ninar. Tratava-se da mãe de Chica com a filha morta nos braços. A mulher enlouqueceu ante o cadáver da filha.
Chica Pelega é pouco citada nos livros e para muitos nem existiu, Segundo Felippe, o que descreveu sobre Chica em sua obra "O Último Jagunço", é baseado em depoimentos de testemunhas oculares. Na memória de muitos sertanejos, Chica Pelega é uma heroína dos sertões, dividindo espaços com a também admirada virgem Maria Rosa, de quem há muitas recordações.
Euclides Felippe descreve Chica Pelega como a heroína de Taquaruçu: "Coração compassivo e generoso, logo ao chegar em Taquaruçu, atraiu todas as simpatias, principalmente das crianças e dos enfermos. Assim de imediato chamou a atenção de José Maria, indo aos poucos tornando-se indispensável auxiliar de enfermagem. Em breve aprendeu lidar com os chás, as infusões, o conhecimento e o trato com as ervas medicinais".
Os pais de Chica haviam sido peões de fazenda no Rio Grande do Sul. Estabeleceram-se próximo à Estação de Limeira, hoje Joaçaba, onde o pai de Chica Pelega foi assassinado pelo corpo de segurança da Lumber. Francisca e sua mãe, dona Chiquinha, fugiram do local e, juntamente com outros ex-trabalhadores da estrada de ferro, ficaram sem ter para onde ir. A chegada de Chica Pelega e o grupo remanescente do Irani à cidade Santa de Taquaruçu foi cheia de entusiasmo, muitas novidades, muitas façanhas de Banhado Grande. Chica Pelega assumiu papel de destaque, admirada por todos. No primeiro ataque a Taquaruçu, Chica Pelega toma parte, montada em seu cavalo, empunhando a bandeira branca de cruz verde ao centro, infundindo ânimo e coragem aos sertanejos. A retirada das forças é a coroação da vitória e a euforia foi contagiante.
Com a transferência do reduto para Caraguatá, em Taquaruçu permaneceram muitas crianças, velhos e enfermos. Chica Pelega também ficou, ajudando a atendê-los. Não acreditavam que as forças oficiais atacassem o reduto desguarnecido. Mas o inesperado ocorreu no dia 8 de fevereiro de 1914. O bombardeio provocou estragos. Granadas explosivas, metralhadoras e obuses demoliram, incendiaram e mataram. Estava destruída a cidade santa.
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