segunda-feira, 16 de julho de 2012

Trigésimo Quadro de Quarenta - CABOCLO PARDO

Nome do quadro: CABOCLO PARDO OBRA INSPIRADA NO TRABALHO DO ARTISTA WILLI ZUMBLICK Queremos que se faça justiça aos Homens do Contestado - nossa população - depois que se saiba mais sobre seus envolvimentos nos acontecimentos do passado, sobre suas idéias, razões e motivações, sobre seus comprometimentos e sua práxis na história e, ainda, que se alcance a compreensão dos seus gestos, atitudes e manifestações na busca de alimento espiritual e na procura de satisfação às suas necessidades sociais. Queremos trazer à luz novos argumentos para auxiliar a compreensão das manifestações da nossa gente, a partir das raízes do seu sentimento social e religioso, observados nas maneiras de pensar, sentir e agir dos habitantes da Região do Contestado. O catolicismo popular, (tradicional) em suas diferentes manifestações históricas, esteve sempre bastante próximo dos cultos africanos e ameríndios, gerando não poucas vezes expressões religiosas que podem ser consideradas como verdadeiro sincretismo religioso. A partir do século passado o culto popular católico sofreu também influência do espiritismo e do protestantismo. Deste modo, não é raro encontrar católicos que freqüentam a umbanda, o espiritismo ou assembléias protestantes (AZZI, 1978, p. 11). A Igreja Católica mantinha paróquias nas únicas poucas cidades catarinenses existentes no Contestado no início do século, em Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas e, nas cidades paranaenses de União da Vitória, Rio Negro e Palmas, com um mínimo de padres atendendo os fiéis em demoradas viagens pelos sertões. Neste quadro de distanciamento entre a hierarquia católica e o rebanho cristão, despontaram na região pessoas “diferentes”, peregrinas e eremitas, algumas consideradas “monges” pela população regional por se exercitarem como pregadoras e curandeiras, outras delas, profetas, visionárias, charlatães ou fanáticas. Em algumas localidades do Planalto Catarinense, entre os caboclos, existiam ainda os “rezadores”, pessoas que se ocupavam das atividades e manifestações religiosas populares nas grandes fazendas.

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