segunda-feira, 9 de abril de 2012

Vigésimo quadro de 40 - MÉDICA DOS PELADOS






MÉDICA DOS PELADOS



A história de Chica Pelega no imaginário social não é nova, mas sua exterioridade e publicidade por parte de mediadores políticos e religiosos têm se destacado nos últimos anos. A menina Francisca Roberta (Chica Pelega), respeitada em Taquaruçú por seu conhecimento e trato com ervas medicinais fica no reduto cuidando de doentes, velhos e crianças. Chica Pelega nasceu na lavoura, em meio à floresta, por isso, dizer que ela é filha da terra, irmã da floresta, irmã do rio. Sua mãe dera à luz, sozinha e depois foi banhar-se no rio. Desde pequena, Chica possuía o dom da cura. Os pais atribuíam isso ao Monge, pois a mãe só engravidara depois de obter o patuá com o carvão pertencente aos restos da fogueira deixado por João Maria. Chica perdera o pai e o namorado em um massacre realizado a mando dos donos da estrada de ferro. Sozinha com a mãe, foi acompanhar o Monge José Maria e os romeiros; no acampamento, Chica cuidava dos doentes com muita dedicação. É morta ao final da história em um massacre criminoso organizado pelas forças do governo. Chica Pelega, heroína entre os jagunços. representa, mais que tudo, um emblema de luta. Independente de sua existência física, significa a indignada síntese de uma coletividade injustiçada. Em 1914, as tropas do governo atacam novamente Taquaruçú onde ela luta bravamente. Chica Pelega morre quando a igreja, tomada pelo fogo, desaba em cima do galpão onde se encontravam mais de 300 pessoas. Antes da sua morte, a heroína Pelega revelou sua coragem e bravura enfrentando metralhadoras armada com seu facão e a fúria orientada pela sede de justiça, além das bênçãos do Monge e de São Sebastião.


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