segunda-feira, 9 de abril de 2012

Décimo oitavo quadro de 40 - BELEZA, PUREZA E FÚRIA







BELEZA, PUREZA E FÚRIA

Maria Rosa é reconhecida como intérprete das vontades do monge. Assume a posição, dá ordens, indica e substitui os chefes para as diversas missões do dia-a-dia, dentro e fora do acampamento. A personalidade da adolescente dinamiza a vida no Caraguatá quando ela consegue a adesão do subdelegado do distrito, do juiz de paz e de quase todos os habitantes de São Sebastião das Perdizes, proximidades do reduto. O porte esbelto e o sorriso permanente marcam a presença da jovem em qualquer ambiente. Mas nos momentos de tomar decisão, ela assume a postura de uma estrategista, demonstrando conhecimentos muito superiores à idade e ao nível cultural em que vive. Todo o reduto conhece o episódio que ocorreu com Nhôca Quadros. Um dia, o moço aparece no reduto para buscar a noiva ali recolhida com a família. Tomado por espião, é preso. Maria Rosa manda chamá-lo, já com a sentença tomada. “Se ele ficar companheiro, mando amar ele; se ficar contrário, mando degolar.” Assumiu a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos do Contestado, então eram cerca de 6000 homens, após a morte do dito monge João Maria. Este monge santo, cujo nome era Miguel Lucena de Boaventura - ,e que também se autodenominava José Maria Agostinho, tem registro de passagem como militar no Paraná, foragido após cometer delitos. Maria Rosa morreu em 28 de Março de 1915, da vila de Reinchardt, lutando contra o capitão Tertuliano Potyguara e um efetivo de cerca de 710 homens. Maria Rosa morreu às margens do rio Caçador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário