PROJETO ARTERAPIA

PROJETO “ARTERAPIA”

Arte com material alternativo

NADIA MARIA MALTAURO AYUB

nadia_ayub@hotmail.com

42 91315907

Junho/2010

JUSTIFICATIVA

A arte é uma forma de valorização da vida. A cada minuto, a cada dia, com o mínimo possível, o ser humano pode criar algo novo, do “nada”. Tudo depende da sua forma de olhar o mundo, as pessoas e as coisas que lhe cercam. O meu projeto de “arte” é buscar um novo olhar, encontrar uma nova utilidade para todas as coisas que fazem parte da nossa vida, dar um novo valor principalmente àquilo que num primeiro momento não vale mais nada. Além disso, a utilização de material alternativo é uma das formas de tentativa para diminuir a degradação de lixo no planeta. A arte consegue fazer um intercambio com a reutilização criando assim materiais fantásticos. Essa combinação de arte com material alternativo(lixo), nos proporciona a oportunidade para a releitura de obras de arte. Quanta criatividade pode-se representar nesses tempos de crise.

Segundo Darwin, a criatividade é a manifestação da força criadora inerente à vida. É um instinto biológico, tão básico como o sexo e a fome, pois é uma reação inerente aos desafios naturais que ajudam na sobrevivência da espécie. O meu trabalho é hoje uma necessidade básica e fundamental para que eu ocupe a minha mente e me envolva com tudo o que é “simples”. A arte me distancia de maus pensamentos e maus sentimentos. Ela me aproxima do lado criança que não posso deixar morrer dentro de mim.

Iniciei e meu trabalho pintando peixinhos porque são fáceis, coloridos e frágeis. O material utilizado foi fundos de gavetas velhas, tinta de tecido, cola branca, areia, pedrinhas e conchinhas. Criei um ambiente marinho e senti muita felicidade quando enfim aprendi pintar as bolhinhas que saem da boca dos peixes. Neste momento eu comecei a conhecer a pureza da alegria que o artista experimenta numa coisa tão simples. Cada peixinho que pintei (entre centenas) foi um tempo absorvido no qual esqueci de mágoas, tristezas e traumas.

Criar é dar forma, algo novo e não se refere somente à produção artística, mas também como um agir integrado ao viver, e, se o homem cria, não é apenas porque gosta e sim porque precisa. Depois dos peixes comecei a pintar flores, borboletas e golfinhos. Em seguida vieram barcos com a aplicação de pedaços de madeira corroídos. Os peixes significam os segredos maravilhosos que não são enxergados. Os golfinhos significam vida que brota...vida que mergulha...vida que brota...vida que mergulha, mas sempre existindo, seja na superfície ou dentro do mar, mostrando a unicidade da vida. As borboletas são os milhares de alunos que tive, que chegaram singelamente, encantaram a minha vida, sugaram o que eu tinha de melhor em termos de conhecimento e sentimentos, e delicadamente... foram embora. Os barcos representam a viagem eterna que é a nossa vida.

Para reforçar o meu lado criança fiz uma coleção de quadros da Bety Boople que é uma menina muito velha nascida em 1930 e que foi proibida na ditadura militar. A originalidade feminina da bonequinha é a característica mais ampla da sua personalidade criadora, pois engloba diferentes capacidades, como a de produzir idéias raras, resolver problemas de maneiras incomuns, usar objetos e situações de modo não costumeiro, gerando assim novas possibilidades diante de desafios. A verdade é que sou uma senhora de idade mas eu amo a Bety porque ela me traz a capacidade de sonhar, renovar e mudar, me deixa menos frustrada, me afasta da repetição, decadência e sentimento de solidão.

O exercício da criatividade traz consigo aspectos revolucionários, para facilitar mudanças e transformações no decorrer da existência. Para haver crescimento e desenvolvimento da personalidade criativa coletiva, antes, deve haver o desenvolvimento da criatividade individual, aliada ao conhecimento de técnicas específicas. Talvez um dia o meu trabalho seja útil. Tudo depende do Universo e de que eu não pare de fazer alguma coisa.

OBJETIVO

Com o desenvolvimento de arte com material alternativo, pretendo que a prática de reutilização seja incentivada e levada conseqüentemente a:

• Diminuição consciente do passivo ambiental;
• Economia financeira;
• Inclusão social para comunidades carentes;
• Estimulação da criatividade humana;
• Estimulação da coordenação motora dos indivíduos.

METODOLOGIA

Nos meus trabalhos utilizo resíduos que seriam descartados, como por exemplo: garrafas PET para fazer escamas de peixe, embalagens de materiais de limpeza para fazer detalhes dos barcos, revistas velhas, jornais, coadores de café descartáveis, latas, caixas de sapatos, caixas Tetra Pak, serragem, areia, folhas, flores e galhos secos, restos de lã e fio, retalhos de tecidos, miçangas, bijuterias usadas, entre outros, para representar um ambiente poluído.

Levando em consideração a premissa de que só há mudança de hábito, quando há também, mudança de conceito, utilizo material de baixo custo, para que a idéia seja acessível e viável em qualquer ambiente e as pessoas compreendam os reais motivos da coleta seletiva.

Os materiais alternativos a serem utilizados são: placas retangulares de fundo de guarda-roupa ou fundos de gavetas, roupas usadas de brechó, garrafas PET de 500 a 6000 ml; cone de 1000 m de Barbante cru; canela em pau e galhos secos; caixas de leite tetra Pak; kg de serragem, areia e pedregulho; pincéis chatos de duas "(polegadas); pincéis chatos de ½"(polegada); kg de cola Cascorez, PVA; cola superbond; embalagens de pizza e outras caixas; cola colorida nas cores: primárias, secundárias, preto e branco; tinta de tecido de diversas cores; esmalte sintético sem brilho, na cor branca; tubos pequenos de corantes para mistura no esmalte sintético, nas cores: primárias, secundárias, preto e branco; solvente para esmalte sintético; lápis pretos; panos velhos para a limpeza dos materiais; folhas secas; filtros de café, (papel),usados; estiletes;  tesouras; bijuterias usadas, latinhas, vidros pequenos, CDs velhos, lacres de latinhas; corda crua para moldurar os trabalhos.

 Aqui estão as fotos do meu projeto pessoal: