quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ROLOU A EXPOSIÇÃO ARTE QUE VEM DO LIXO

No período de 07 a 14 de novembro ocorreu em Porto União (SC)  a EXPOSIÇÃO “A ARTE QUE VEM DO LIXO”

         A arte é uma forma de valorização da vida. A cada minuto, a cada dia, com o mínimo possível, o ser humano pode criar algo novo, do “nada”. É fundamental buscar um novo olhar, encontrar uma nova utilidade para todas as coisas que fazem parte da nossa vida, dar um novo valor principalmente àquilo que num primeiro momento não vale mais nada. Tudo depende da sua forma de olhar o mundo, as pessoas e as coisas que lhe cercam. Para justificar que o sucesso da educação está relacionado à uma visão da comunidade focada na solidariedade, a exposição de quadros com a matéria prima “lixo reciclável” foi organizada para representar a história da região, os imigrantes com sua alegria e homenagear a população catadora de produtos recicláveis que cuida do nosso meio ambiente.

         Por meio de 70 (setenta) quadros executados à luz dos artistas Almeida Junior, Vik Muniz e Willy Zumblick, a exposição configurou-se numa ação voltada à valorização humana: à dedicação das crianças em processo de produção artística; uma proposta de viabilidade econômica e também mudança de postura na valorização da arte por meio da sociedade consciente e organizada.

         O objetivo principal da divulgação dos trabalhos é buscar junto à comunidade o carinho, respeito e reconhecimento ao trabalho dos alunos da E.E.B.Antonio Gonzaga, podendo-se alavancar o entusiasmo em busca do desenvolvimento de novas ações direcionadas à arte.

A região do Médio Iguaçu é um campo fértil de aptidões e vocações no mundo das artes. O processo de cultura que se complementa na escola e uma das formas de acreditar no potencial dos alunos é a viabilização ações para que os mesmos possam demonstrar criatividade e conhecimento.

Para conhecer a região da antiga Porto União da Vitória (Médio Iguaçu) e as etapas da sua evolução histórica exercitou-se a arte com a utilização de materiais inusitados tais como: carvão, terra, colar de sementes, lascas de imbuia, lascas de pinheiro do Paraná, leque, pinhão, cuia de chimarrão, bomba de chimarrão, bota, espora, casca de laranja, cestos de palha, cigarro de palha, faca, café, chimarrão, penas de passarinho, cachimbo, fumo, placas retangulares de fundo de guarda-roupa ou fundos de gavetas, roupas usadas de brechó, garrafas PET de 500 a 6000 ml, barbante cru, canela em pau e galhos secos, caixas de leite tetra Pak, serragem, areia e pedregulho, pincéis chatos de duas "(polegadas), pincéis chatos de ½"(polegada), cola Cascorez, PVA, cola superbond,  embalagens de pizza e outras caixas,  cola colorida nas cores: primárias, secundárias, preto e branco,  tinta de tecido de diversas cores,  esmalte sintético sem brilho, na cor branca,  tubos pequenos de corantes para mistura no esmalte sintético, nas cores: primárias, secundárias, preto e branco; solvente para esmalte sintético,  lápis pretos,  panos velhos para a limpeza dos materiais,  folhas secas,  filtros de café, (papel) usados,  estiletes,  tesouras,  bijuterias usadas,  latinhas, vidros pequenos, CDs velhos, lacres de latinhas,  corda crua para moldurar os trabalhos.

O que se pretendeu foi ressaltar para os educandos que coisas fabulosas podem acontecer, quando uma pessoa objetiva “fazer alguma coisa” com as coisas que estão ao seu redor. A criatividade aflora, mesmo que não se tenha as devidas condições materiais. A arte possibilita a representatividade do sentimento humano, sem que sejam necessários grandes recursos financeiros. A própria natureza se configura como principal fornecedora de matéria prima para a execução de obras artísticas. O ponto crucial do trabalho foi o exercício de criatividade realizado para obtê-lo.  O principal desafio foi possibilitar aos estudantes a oportunidade de perceber que a arte é inerente à vida, ou seja, mesmo quando se pensa que não se é capaz de realizar algo, pode acontecer o contrário, desde que haja o incentivo, apoio e afetividade no ato de ensinar. A valorização do ser humano é o preceito principal da escola. Praticar “arte” não significa nascer artista, mas significa querer, sonhar e ter oportunidade. Todas as pessoas são capazes, desde que se emocionem. A região das cidades gêmeas Porto União e União da Vitória pode ser considerada um berço cultural para representação artística, desde a sua história aos recursos naturais existentes.

Pode-se levar os alunos ao desenvolvimento da sensibilidade artística, construindo trabalhos relacionados desde a colonização até as condições atuais de progresso. Com material inusitado, de baixo custo, é possível  elaborar na escola, um acervo histórico e permanente.

A exposição inicia-se com o retrato em carvão do Coronel Amazonas Marcondes, pioneiro que trouxe os imigrantes para a região. Em seguida retrata-se a vida dos índios das tribos guarani, kaigang (botocudos) e xokleng”, fazendeiros, detentores de sesmarias, religiosidade (messianismo, misticismo e fanatismo), gaúchos, imigrantes: ingleses, portugueses, espanhóis, italianos, alemães, russos, holandeses, suíços, austríacos, poloneses, ucranianos, sírios, libaneses, japoneses, negros, ciganos, integrantes de bugreiros, caçadores de índios, combatentes da Guerra do Paraguai, desertores das tropas da Revolução Federalista, coronéis e bendegós.

No segundo momento da exposição é ressaltada nos trabalhos dos alunos a utilização de material alternativo como uma das formas de tentativa para diminuir a degradação de lixo no planeta. A arte consegue fazer um intercambio com a reutilização criando assim materiais fantásticos. Essa combinação de arte com material alternativo (lixo), nos proporciona a oportunidade para a releitura de obras de arte. Com o desenvolvimento de arte com material alternativo praticou-se a reutilização do mesmo.

A partir da exposição buscaremos encontrar na comunidade indícios de que houve diminuição consciente do passivo ambiental, economia e viabilidade financeira, inclusão social para os catadores de resíduos recicláveis, estimulação da criatividade humana e da coordenação motora dos educandos envolvidos.



"Valores Humanos". Isto significa entregar aos catadores um lixo limpo, sem moscas, devidamente organizado e separado. Afinal, os catadores são grandes amigos do Meio Ambiente, portanto merecedores da nossa admiração, amizade e respeito pelo seu trabalho. No decorrer do projeto foram realizadas obras de arte com as fotos dos catadores com suas bicicletas, carroças ou gaiotas.


















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